quarta-feira, julho 30, 2008

Casamentos

E a seguir aos bébés... os casamentos! Na verdade devia ser ao contrário. :)

Já acabou a minha época matrimonial, com o casamento mais giro e mais importante: o da Ana. Sim, porque antes deste ainda houve o de uma amiga de curso, e dois colegas do laboratório. Mas este é que se estava a preparar para ser o evento do ano, com o juntar em Carcavelos de família, amigos, portugueses, belgas e mais umas quantas nacionalidades, tudo para ver a rapariga a atar o nó.

Para quem não conheça a Ana, o dia-a-dia dela é passado em jeans e t-shirt, de modo que a ânsia era grande para a ver penteada, maquilhada e em vestido de noiva. Quando ela entrou na igreja, pelo braço do irmão, veio-me uma lagrimita ao canto do olho e, virando-me para a Britta, sussurrei "Acho que vou chorar", ao que ela me respondeu "Eu já estou". :)

Mas não quero desdenhar o noivo, que estava impecável e cheio de charme, com um sorriso à banda e o seu fraque.

Finalmente, não queria deixar de mencionar o coro, que cantou muito bem uns cânticos maravilhosos, principalmente o último, cantado a solo por uma voz masculina, num tom a roçar o fadista.

Seguindo para a recepção, ouvi vários comentários sobre o desejo de vir casar a Portugal. :) Portanto, as pessoas estavam a gostar.

O bom foi que apesar de muitos convidados, os noivos trataram de tudo de um modo muito característico: tiveram tempo para toda a gente, foram a todas as mesas, tiraram fotos com toda a gente, sem ser daquela maneira programada e artificial.

E claro, por detrás disto tudo estava a mãe da noiva, a controlar todos os pormenores, para que tudo corresse bem.

No final, acho que o dia do casamento pode ser o mais bonito de uma vida, mas será também um dos mais esgotantes. Graças a Deus pela Lua de Mel.

PS- E Ana, se estás a ler isto, e ainda estás na Indonésia, é favor desligar o computador e ir para a praia!

sexta-feira, julho 25, 2008

Google

Afinal a situação de plágio que referi anteriormente, continua com novos desenvolvimentos. Tenho a impressão que estamos apenas a começar a desenrolar o novelo desta confusão. Já descobrimos um cumplice, e várias participações em congressos de temáticas tão distintas como o HIV, malária, alimentação e agricultura.

E o engraçado, é que nada disto tinha vindo ao de cima com esta facilidade, roçando os contornos de um episódio do CSI, se não fosse o belo do Google. Com o poder do Google, eu fui à caça destes senhores e descobriram-se mais uns casos de plágio.

Na verdade, esta situação está-se a revelar tão entranhada que não me espantava nada ter que escrever uma carta à Science, a revelar o nome destes "piratas", de modo a impedir que eles facilmente andem por ai a passar férias à custa de bolsas para estudantes de países em vias de desenvolvimento.

Agora estou a começar a ficar zangada...

quarta-feira, julho 23, 2008

Boas novas

As boas novas este fim de semana encaixam todas sob o mesmo tema: bébés.

O meu cantor favorito, Gary Barlow, tinha prometido no seu site boas notícias para breve. Este fim de semana foram reveladas: ele e a mulher Dawn esperam o 3o filho, que se vai juntar ao Daniel de 7 e à Emily de 4.

Para mim, e outras fãs, que o apoiámos durante os bons e maus momentos, da carreira e pessoais, esta notícia trás a mesma alegria que a de um amigo.

A outra boa notícia foi inesperada e maravilhosa. Depois de muitas aventuras e desventuras, algumas bastante sérias, um casal amigo está finalmente para ter o filhote tão desejado.

Esta notícia fez o meu fim de semana, apesar de este ser um dos melhores fins de semana de que há memória, portanto imaginem o quão contente eu fiquei! Eles, excusado será dizer, estavam tão contentes que até brilhavam quando nos contaram a novidade. Foi fantástico.

Say what?

Na 5a feira recebo um email que à primeira leitura me deixou incrédula.

Segura de que tinha havido algum mal entendido ou troca de referências, vou confirmar a informação no email. E para meu espanto, o email estava correcto: tinha havido plágio de um trabalho meu. Plágio este que tinha passado despercebido e andava já na alta roda dos jornais cientificos...

Isto pôs o laboratório todo em alvoroço, pois é certamente inaudito que uma cópia tão descarada, em que simplesmente se substitui "Portugal" por um certo país africano, possa ser aceite em congressos internacionais da matéria, sem levantar qualquer questão em relação a dados tão insólitos.

Depois de meter os meus chefes, os organizadores do congresso e directores de jornais cientificos, ao barulho, estamos a começar a "desenrolar" o novelo, que consiste em vários outros artigos plagiados, sempre pelo mesmo autor, o qual começamos a duvidar que exista até.

Vai haver uma retração dos "trabalhos" deste autor, assim como uma correção à revisão publicada por um grande jornal internacional.

E muita da confiança no sistema do "peer-review" foi sériamente abalada. Isto ainda vai sobrar para certas pessoas, e ficarei surpreendida se não rolarem cabeças.

Totalmente surreal.

terça-feira, julho 15, 2008

Bater sem saber

Um post da Lusitana Paixão e varios posts do Blennius, relembraram-me dessa empresa portuguesa que é o alvo de tanta intolerância fácil dos portugueses: a TAP.

Eu própria gozava com a TAP. Porquê? Um avião deles a sair a horas era um milagre, só igualado por encontrar uma hospedeira simpática e afável. Durante muito tempo a loja online foi uma vergonha, que raramente funcionava, e durante mais de um ano não me contaram milhas porque viajava na classe económica.

O meu pai (que trabalha na manutenção TAP há mais de 25 anos) ia ouvindo as minhas queixas e ia-me pondo a par das novidades: que tinham contratado mais gente para melhorar o site, que havia mais tripulação jovem, etc.

E a verdade é essa: o site está impecável, já me contam milhas, mesmo em económica, e vê-se cada hospedeiro mais engraçado (mesmo que às vezes os ouça fazer comentários pouco profissionais). Os atrasos também melhoraram bastante.

No entanto estou constantemente a ouvir alfinetadas, muitas vezes ignorantes. Como aquela senhora deputada europeia que contava indignada que um vôo anterior tinha ido a Faro deixar meia dúzia de passageiros, antes de seguir para Bruxelas, no que devia ser um vôo directo.

Aqui tenho a dizer duas coisas: durante a greve dos camionistas o aeroporto de Lisboa deixou de abastecer aviões, e estes tinham de para no Porto ou em Faro para meter combustível (com enormes custos para a TAP). Não será isso que aconteceu? Em segundo, o comandante devia ter avisado os passageiros das razões do desvio. Dito isto, tenho no entanto que suspeitar que o comandante o tenha de facto dito, mas que a excelentissima passageira se encontrava ocupada a conversar ou a rever importante legislação.

Outra recente que li no Público foi uma notícia cujo titulo era do género "TAP poupa à custa do conforto dos passageiros". O artigo era sobre o facto da TAP raramente usar as mangas do aeroporto, obrigando os passageiros a ir de autocarro, enquanto que as low-costs as usam.

Como passageira frequente, tenho a dizer que é realmente um incómodo o transporte de autocarro. No entanto, compreendo que as mangas custam dinheiro, e prefiro ir de autocarro a ter de pagar mais 20 ou 30 euros por bilhete. Não sei o que o senhor jornalista preferiria. Ao comentar isto com o meu pai fui informada de mais uns pormenores: muitos dos aviões da TAP não podem ir para as mangas, pois estas não estão adaptadas para os aviões maiores e mais recentes; e que o aeroporto faz condições mais favoráveis às low cost do que à TAP.

Ora, muita gente poderá agora dizer que não sabia isto tudo. Mas eu digo que é preciso tolerância e compreensão, e vão ver que há sempre razões por detrás, sem ser porque "apeteceu ao comandante dar uma voltinha a Faro" ou porque "a companhia gosta de lixar os passageiros".

segunda-feira, julho 07, 2008

A minha tarde

Ontem levantei-me tarde, tomei o pequeno almoço e comecei a fazer pequenas tarefas domésticas.

Depois reparei que ia começar a final masculina de Wimbledon, e já que no dia anterior tinha perdido a final feminina, resolvi sentar-me a ver.

Quando o melhor jogo de ténis de sempre acabou, estava escuro na rua e o dia tinha passado. Comigo em frente da televisão. Não fiz mais nada ontem.

Mas valeu a pena.

O momento final desse jogo de 4h e 48 minutos.

quinta-feira, julho 03, 2008

Técnica

Hoje estava a falar com dois colegas sobre o que fazer para armazenar algum do meu trabalho em nitrogénio líquido.

A partir do momento que eu deixei de ser interveniente directa (apesar de estarmos a discutir o que eu ia fazer), a conversa trocava de lingua.

Hoje não fingi que seguia o que eles estavam a dizer. Simplesmente olhei para o lado, como quando as pessoas estão a falar sobre qualquer coisa pessoal, e por boa educação, nós desviamos a cara.

Curiosamente, a conversa voltou imediatamente para inglês. Acho que descobri aqui qualquer coisa...

USAcentricos

Hoje de manhã, enquanto tomava o pequeno-almoço, dei a minha olhadela do costume pelas notícias, via o Yahoo!. Depois do almoço, ponho-me a par das noticias melhor com o Publico e a Skynews.

Um dos cabeçalhos era "Três reféns americanos libertados aterram no Texas". Pouco interessante, mas já agora quis saber de onde tinha sido libertados, Iraque talvez. E começo a ler que estavam sequestrados há 5 anos na Colombia, e juntamente com eles tinha sido também libertada uma tal Ingrid Betancourt.

Ia-me passando. Vendo que não era dali que ia ler um artigo como deve ser, fui imediatamente ao Público, onde li com muita satisfação que a candidata à presidência, que foi raptada há 6 anos pelas FARC, tinha sido de facto libertada e estava de volta a casa.

E enquanto a Europa e a comunidade internacional se congratula com tal libertação, nos EUA esta é uma notícia menor sobre 3 militares americanos.