quinta-feira, novembro 26, 2009

Fazer ou não fazer, eis a questão.

Foi ainda na primária que a minha professora, essa grande mulher a D. Emilia (e olhem que ela era mesmo grande!) se apercebeu que eu não via nada e dai à converseta com os meus colegas era um pequeno passo. A solucão dela foi simples: pôr-me numa mesa sozinha para acabar com a constante conversacão e mandar-me ao médico. Desde então que uso óculos.

A percepcão de adolescência fez-me querer livrar-me deles e a solucão eram as lentes de contacto. Depois de anos de batalha com o meu médico , conclui que sim era mesmo isso que eu queria e que não havia necessidade de pedir qualquer tipo de conselho médico. Afinal era tudo uma questão linguistica. Em vez de perguntar "Acha que já posso usar lentes de contacto?" à qual a resposta era invariavelmente "Não", disse "Ora, então vamos lá prescrever ai uma lentes de contacto aqui para a jovem, e isso depressinha." (esta pode não ter sido a minha frase exacta, mas o tom foi este) e o médico simplesmente fez exactamente isso.

Isto foi há mais de 10 anos. Usar um plástico nos olhos durante grande parte do dia, 367 dias por ano, durante 10 anos, pode ser práctico mas não é saudável. Há 4 ou 5 anos comecei a ter problemas que anteviam o fim do uso das lentes e o regresso aos óculos. Os óculos agora até estão na moda, mas voltar à visão limitada dos óculos para mim já não funcionava.

O ano passado, por pressão maternal, comecei a pensar seriamente na hipotese de cirurgia. A minha médica apoiou-me e mandou-me para um cirurgião. Lá fui à consulta no final de Julho. Depois de testes bem intensivos seguiu-se a consulta. Uma consulta estranha, cheia de interrupcões e um telemóvel a tocar. A atencão do senhor doutor foi pouca ou nenhuma (esse maldito telemóvel) mas lá se concluiu que a cirurgia era possivel. Restava-me tomar a decisão final.

A minha primeira impressão? Má. E se o telemóvel tocasse a meio da cirurgia? Será que o senhor professor teria que o atender? No dia seguinte regressei à Bélgica e a coisa estalou em Portugal: 6 pacientes cegos em St Maria após uma intervencão. O Director de Servico? Era o senhor doutor do telemóvel. De repente tudo fazia sentido. Cirurgia firmemente adiada ad eternum.

Após o Verão continuei a remoer a cirurgia. Que ainda é possivel agora mas que talvez em breve já não seja. Muitas dúvidas, alguns esclarecimentos, decisão tomada, cirurgia marcada. Dia 15 de Dezembro lá vou ver o que se passa. E espero sair a ver o que se passa.

quarta-feira, novembro 18, 2009

TA

Olá a todos.

Há já algum tempo que não escrevia aqui, não por não ter nada que escrever, mas porque o que me ocupava todo o tempo fora do trabalho era um assunto alvo de uma certa repressão social.

Mas acho que chegou a hora de enfrentar a verdade, que isto que me aconteceu já não vai voltar atrás, e portanto mais vale admiti-lo abertamente a todos vocês.

Eu sou a Carolina e sou uma Trekkie.

Como é que isto aconteceu? Bem, uma amiga recomendou-me vivamente o novo filme do Star Trek, fui vê-lo e já está. É verdade o que se diz que basta experimentar uma vez para se ficar viciado.

Depois de ver o filme, lancei-me efusivamente no mundo dos Trekkies (e alguns são um pouco assustadores, mas a maioria é pessoal pacifico) voltando a 1967 à serie original. Eu já tinha um bichinho em mim, quando adorava a série Nova Geracão no pricipio dos anos 90, com o Picard e o Data, nem eu sabia que havia uma data de series antes e depois.

Agora já sei (quase) tudo. A minha irmã primeiro avisou-me que isto estava a ficar sério, ultimamente já me ameaca deixar de falar comigo, e suspeito que mais para a frente ainda organiza uma intervencão para me livrar deste vício terrivel.

Mas que posso eu fazer? O que eu aprendi sobre este mundo criado por Gene Roddenberry só pode ser inspirador. Numa altura da história em que a integracão era tabu, onde as mulheres eram cidadãos de 2a categoria e outras minorias permaneciam escondidas, Roddenberry conseguiu criar uma série onde todas as racas trabalhavam juntas, onde haviam um russo, um asiático, uma mulher negra em posicões de relevo e importância, tinhamos um extraterrestre com aspecto satânico, e uma mensagem geral de que no futuro a raca humana seria muito melhor, sem discriminacão, violência, racismo. Uma mensagem de cooperacão e boa vontade.

Roddenberry apontou a sua história para o século 23. Olhando para trás, e tendo em conta que já estamos 10 anos no século 21, penso que mesmo assim é uma previsão muito optimista.

Para finalizar, posso estar aqui a partilhar isto nos Trekkies Anónimos, mas este é um vício de que não me quero livrar.

Espaco, a última fronteira...

quinta-feira, setembro 24, 2009

Salsa

Há já algum tempo que queria aprender a dancar ritmos latinos. Na altura, em Portugal, um pouco antes da explosão de interesse provocada pelo Danca Comigo, procurei aulas. A oferta era pouca e limitada por uma regra inquebrável: tinha que se ter par.

Aqui em Leuven, atirei-me finalmente de cabeca. Já conhecia um curso que não levantava qualquer problema com o facto de se ter par ou não, contactei o professor e ele respondeu com "há uma aula hoje. Quer aparecer?". Lá fui à experiência, grátis. Gostei. O sistema é muito simples. O professor contabiliza o numero de senhoras e senhores, e quando tem falta pergunta aos alunos de outras classes, se não querem aparecer, e fazer mais uma aula sem pagar. Obviamente isto resulta, e ao contrário de Portugal, onde a regra do par é fundamental, pois devem ser 95% mulheres e 5% homens, aqui para além dos pares, também há bastantes homens sozinhos para compensar as senhoras a mais.

As aulas são bastante engracadas, principalmente, se como eu, se vai com espirito. A maior parte dos homens parece que viram um fantasma, tão a sério tentam levar a coisa.

Aprender os passos básicos é logo uma grande ajuda, para quem é latino e já tem qualquer coisinha no sangue. A seguir é arranjar um bom condutor. Uma vez que a senhora é suposto seguir o lider, é preciso que o lider saiba o que está a fazer. O que obviamente numa aula de iniciados não acontece.

Agora quero ir a uma festa de salsa, saltar para o chão de danca e praticar.

segunda-feira, setembro 14, 2009

Ai, America, America...

This is a song for America,
Home of the Red, White and Blue
Land of Marilyn Monroe and James Dean,
Apple pie, baseball and Shell gasoline
SUVs, handguns and US magazine,
Low carb diets and fast food cuisine,
Crack cocaine, Abu Graib and nicotine,
Swiddling CEOs getting off clean,
George Bush's great role in war machine,
I think we're in trouble, don't you?
- Stephen Lynch



Também acho.

Estive esta manhã a actualizar-me em relacão a um caso que se está a passar nos EUA e que está a deixar a comunidade de investigadores do HIV de queixo caido com tanta inanidade.

Há cerca de 10 anos, um investigador da Universidade de Stanford, Robert Shafer, criou uma base de dados com sequencias de HIV, que permitia a submissão de sequencias por parte do utilizador e a análise destas, de forma práctica e simples, em relacão ao subtipo, mutacões e resistencia aos antiretrovirais. Por estas razões, rápidamente se tornou uma ferramenta essencial para muitos clínicos, um site fácil de aceder e uma ajuda fundamental para ajustar as terapias dos doentes.

Ao longo dos anos o HIVdb continuou a desenvolver-se fornecendo uma série de ferramentas de análise, assim como um repositório de sequencias, que se tornou de referência no mundo do HIV. Eu já utilizei o HIVdb tantas vezes nos ultimos 5 anos, que se poderá contar certamente milhares de acessos.

Agora uma empresa, a ABL, percebeu que tem duas patentes nos EUA, que descrevem a "invencão" de utilizar computadores como forma de ajudar os clínicos a tomar decisões terapêuticas. Com estas patentes asseguradas, foram directamente ao bolso desses capitalistas que estavam a fazer rios de dinheiro: a Universidade de Stanford e uma database livremente disponível online.

No que acho, que foi um grande, grande erro, a Universidade de Stanford assinou um acordo com a ABL, sem dar conhecimento a Shafer. O acordo permitiria o livre uso do HIVdb a investigadores e outros individuos, desde que estes não fizessem com isso dinheiro. Os outros utilizadores teriam de pagar a patente à ABL. E esta informacão teria de estar claramente assinalada no HIVdb.

Ora, este acordo não é mais do que uma saída cobarde e legal, mas que na realidade não tem qualquer uso práctico. Tanto que Shafer, acabou por colocar o aviso numa página escondida, mantendo o HIVdb como estava. Entretanto, Shafer, infeliz com o acordo assinado sem o seu conhecimento, veio a público expressar o seu desapontamento nestas interferências legais, que afectam a livre propagacão de informacão cientifica.

A ABL, obviamente não se ficou, e processou Stanford e Shafer, pessoalmente. Neste momento, o caso contra Stanford está resolvido, mas o processo de difamacão contra Shafer, continua. Este reagiu, exigindo a re-avalicão das patentes. Esta re-avalicão já deu resultados, infelizmente favoráveis para a ABL.

Uma nota interessante é que as mesmas patentes foram rejeitadas aqui na Europa. Imaginem patentear o uso de computadores por parte de um clínico para ajudar no melhoramento da terapêutica/tratamento de doentes, de qualquer doenca.

Isto quer dizer, que só na America, num mundo de processos e advogados, pessoas se dedicam a patentear a definacão mais generalista possivel, só para mais tarde processarem companhias e fazer um dinheiro fácil e rápido, sem criarem nada ou fazer qualquer tipo de contribuicão. Vivem simplesmente de processarem outros pelo seu próprio trabalho.

Shafer vai continuar esta luta. Criou o site Harmful Patents, já gastou $200.000 do seu próprio dinheiro, assim como $25.000 de doacões de outros investigadores.

Dêem uma olhadela por lá. Imaginem ter de pagar à ABL sempre que utilizem o computador para estudar um doente, para o ajudar, para o curar, para lhe aumentar a qualidade de vida...

terça-feira, agosto 11, 2009

Para sempre

Quando a Jill e o Kevin se casaram no final Junho, algures nos EUA, ela queria incorporar o seu amor pela danca de alguma maneira na cerimónia de casamento, talvez dancando até ao altar. Tanto Kevin como os respectivos amigos da noiva e do noivo decidiram tornar este desejo uma realidade.

Um mês depois, o video da entrada do noivo e da noiva na igreja foi colocado no YouTube, para que membros da família não presentes no casamento pudessem ver o momento.

Neste momento o video já foi visto perto de 19 milhões de vezes. É a conjuncão mais enternecedora de amizade, um grande sentido de humor, e claro a celebracão do que deve ser o momento mais feliz das vidas deles. Para sempre.

quarta-feira, agosto 05, 2009

Efananauei...

E porque grande comédia e momentos espontâneos de rua também acontecem em Portugal, tenho que aqui pôr o exemplo.

E todos juntos: efananauei!

quinta-feira, julho 23, 2009

O outro Armstrong

Durante a faculdade, para o trabalho de uma disciplina, calhou ao meu grupo o fármaco cisplatina. A cisplatina era na altura um fármaco novo para uso oncológico, e como o próprio nome indica, apesar de resultados muito positivos, pouco mais é do que puro veneno, uma versão injectável de platina.

Para além de ser um trabalho muito interessante, o que realmente deu uma cara à importância deste medicamento foi o ciclista Lance Armstrong. Aos 25 anos, no final de 1996, após interromper a Tour de France nesse ano devido a sintomas, Armstrong é diagnosticado com cancro testicular, com a presenca de metástases já desenvolvidas no abdomén, pulmões e cérebro. Armstrong é operado ao cérebro, o testículo removido, e faz quimioterapia agressiva com, entre outros medicamentos, cisplatina. O médico que o segue dá-lhe uma probabilidade de sobreviver inferior a 50%.

Em 1998, Armstrong apresenta-se já em excelente forma em várias provas de ciclismo internacionais e em 1999 vence a sua primeira Tour de France. O padrão repete-se até 2005, quando se retira do ciclismo, para se dedicar à Fundacão Lance Armstrong de luta contra o cancro.

O ano passado anunciou o seu regresso ao ciclismo com a intencão expressa de correr na Tour de France, e publicitar e angariar o máximo de atencão e fundos possiveis para a luta contra o cancro.

E é por isso que todos estes anos depois, Lance Armstrong continua a ser uma inspiracão, para mim e para milhões de pessoas em todo o mundo.

quinta-feira, julho 09, 2009

A jovem Victoria

A rainha Victoria de Inglaterra é uma figura que toda a gente conhece, vestida de preto, figura de matrona, com uma coroa pequena no cocuruto da cabeca. A monarca que mais tempo esteve no poder.

Mas quando ela era jovem, a sua vida foi bem aventurosa e romântica. É essa a ideia por detrás deste filme, mostrar ao público um outro lado da rainha Victoria, e o seu romance com o marido, o principe Albert.

Desde o ínicio que vemos uma jovem Victoria (Emily Blunt) a ser puxada e manipulada por um lado e por outro, quer seja pela mãe (uma notável Natasha Richardson, como sempre) ou pelo Lord Melbourne (um impecável Paul Bettany). Mas quando conhece o primo Albert (Rupert Friend), que por sua vez também é manipulado pelo tio de ambos, juntos descobrem que podem ser tudo um para o outro.

E assim comecou um romance e um casamento. Victoria e Albert reinaram juntos durante 20 anos e tiveram 9 filhos antes de Albert morrer aos 42 anos. Até à sua morte aos 81 anos, a rainha vestiu luto pelo marido.

quarta-feira, julho 08, 2009

Londontown

Estes post sobre as minhas idas a Londres comecam a tornar-se chatos. São sempre muito semelhantes: viagem de Eurostar, concerto dos Take That (ou musical ou teatro), compras e regresso.

Também desta vez a viagem se regeu pelas mesmas linhas, com a diferenca de estar um calor do caneco em Londres, o que tornou a visita muito agradável.

Desta vez o concerto dos meus amigos foi no novo estádio de Wembley. Sim, acreditem: 80 mil pessoas durante 4 noites.



O concerto em si foi monumental. Os nossos meninos puderam gritar "Wembley!" como qualquer banda que se preze, e devo dizer que Wembley respondeu de volta: à segunda música as minhas cordas vocais já não funcionavam.

No final do concerto, a saída do estádio foi rápida e organizada. Infelizmente, cá fora não se podia dizer a mesma coisa. Era literalmente nadar contra uma corrente de pessoas para chegar ao metro. Parámos e aproveitamos para jantar enquanto a multidão escoava.

Nos dias seguintes aproveitámos para passear, mirar os saldos, ir ao cinema, ir ver o Tate Modern. E fiz isto tudo de calcões, numa Londres de 30 graus centrigrados, onde no metro se chegava facilmente aos 40s.

No sábado regressei aqui à terrinha belga, e a actividade dos próximos tempos vai ser seguir o Tour de France.

terça-feira, julho 07, 2009

Espaco, a última fronteira...

Tenho recebido queixas de que nunca mais escrevi aqui no blog.

E admito, que não tenho tido muito tempo, e o tempo que tenho tido tem sido passado a absorver (tipo esponja) tudo o que tenha a ver com o Star Trek (o que é muito: 40 anos de séries e filmes), e com o longo, longo cast das séries/filmes.

É claro que os bons velhos William Shatner e Leonard Nimoy não precisam de qualquer apresentacão, mas os novos actores que prenchem o papel de Kirk e Spock, precisam.

No papel de Spock temos o Zachary Quinto, o tipo mais mau, mais vilão e mais assustador dos últimos tempos na televisão, ou não seja ele o Sylar dos Heroes. Ele é o tipo de vilão que adoramos odiar, e odiamos amar. Ao longo das 3 séries de Heroes já me conseguiu fazer rir, querer esconder atrás do sofá de medo ou pôr-me quase a chorar de pena.

A fazer de Kirk mais novo temos Chris Pine, de quem eu nunca tinha ouvido falar, mas também por ser novo nesta coisa de filmes. Só tenho a dizer que me convenceu seriamente e que mais um bom actor chegou.

segunda-feira, junho 08, 2009

Noite Colombiana

Não, não sai da Europa, nem sequer do país. Foi uma noite Colombiana em Bruxelas.

O grupo era feminino, internacional e multi-lingue. Ora senão sejamos: uma portuguesa, que arranha um bocado de francês e espanhol, uma brasileira que arrasa em francês, portunhol e japonês, uma belga que fala um espanhol quase nativo e uma colombiana, que está aprendendo portunhol.

Chegamos a Bruxelas com muito tempo de sobra, ou não fosse esta uma festa latina e portanto atrasada. :) Depois de tomarmos uma bebida numa esplanada a aproveitar o maravilhoso sol e temperatura tépida, lá fomos ver de que se tratava a festa. Como tinha jantar, compramos senhas e escolhemos o menu. Os problemas vieram a seguir, mas lá se foram resolvendo. Não havia mesas suficientes: lá apareceram mais mesas e cadeiras. O problema maior foi a comida que nunca mais, o sol a pôr-se, a temperatura a cair, e nós sentadas no terraco. Depois de um bom par de horas, depois de falar, refilar, pedir por todos os santinhos em francês, espanhol e inglês, lá apareceu a chuleta, com arroz, couve roxa e platano. Que estava boa e quentinha. E um silêncio caiu na mesa.

A seguir havia sobremesa e um concerto. O concerto estava bem a meio quando acabámos de jantar, mas lá fomos dar uma espreitadela. A cantora, Zully Murillo, estava acompanhada pelos De La Contudencia, e tratou de dar um espetáculo que nos fez esquecer tudo o que tinha acontecido até ai: dancou pelo palco, contou histórias, numa interpretacão fantástica, como se fossemos todos velhos amigos a rever histórias da aldeia.


Ao princípio ainda nos sentámos, mas rapidamente o ritmo chamou às nossas almas latinas e era impossível ficar parada.

Acabámos por ter de sair do concerto antes do final, para ir apanhar o último comboio de volta a Leuven. E só então nos apercebemos, que se pagava bilhete para o concerto. O mal já estava feito, e corremos Bruxelas acima e abaixo (incluíndo um sprint através de um túnel, enquanto um músico/mendigo tocava alegremente acordeão, digno de um filme) atrás do último comboio, que conseguimos apanhar com minutos de sobra.

Foi uma grande noite!

sexta-feira, junho 05, 2009

Actos aleatórios de realidade

aqui tinha falado deste blog, de um paramédico do servico de ambulâncias londrino. É um blog que consegue ser engracado, contudente, sarcástico e triste, pelas histórias que conta.

O autor, Tom Reynolds, lancou recentemente o seu segundo livro baseado no blog, chamado "More Blood, More Sweat and Another Cup of Tea" (o primeiro chama-se "Blood, Sweat and Tea") e ambos se encontram gratuitamente online sob a proteccão da Creative Commons Licence, o que permite ao leitor fazer o que quiser ao livro, desde que não seja com o intuito de ganhar dinheiro.

Uma ideia fantástica, da qual Reynolds é um veemente defensor, e que aparentemente tem resultado, uma vez que o livro esgotou imediatamente na Amazon.

Para o provar, e a seu pedido, aqui disponibilizo o livro na integra.

quarta-feira, junho 03, 2009

E a segunda-feira...

Aqui a segunda feira foi feriado, portanto apesar de ter ido ao servico fazer manutencão das minhas célulazinhas, a maior parte do dia não foi muito diferente do domingo.

Tenho a dizer que estou com um belo tom tostado... :)

domingo, maio 31, 2009

quarta-feira, maio 20, 2009

Sherlock Holmes

Sempre fui grande fã de histórias de detectives, mas em vez de devorar todos os livros de suspense, fiquei-me por dois grandes clássicos, que são incomparáveis: Sherlock Holmes e Poirot.

Tal como adoro ler as suas aventuras, também as adaptacões ao pequeno ecrã, feitas pela competente televisão britânica, são fontes de grande prazer e entretenimento, sendo fieis ao material original.

E por essa razão o meu Poirot será sempre o David Suchet, e o meu Sherlock Holmes, o Jeremy Brett. Ainda estou a construir a minha coleccão de DVDs do Poirot, mas já há algum tempo que tenho a coleccão completa da série de TV do Sherlock Holmes, e tal como a generalidade das pessoas rendo-me à mestria de Jeremy Brett a interpretar um Holmes cerebral, cínico, sardónico, mas com uma veia de sentimento escondida debaixo do fato negro e da cara pálida.

Este ano vêm ai uma nova interpretacão de Sherlock Holmes, pelo Guy Ritchie. Como seria de esperar Holmes, representado por Robert Downey Jr, passa por arrogante, mas de repente aparece transformado num heroi de accão. Quanto à escolha do Dr. Watson, caiu brilhantemente num Jude Law que promete fazer justica ao papel, ele que, jovem e anónimo, chegou a contracenar com Jeremy Brett no original Sherlock Holmes, a fazer-se passar por, nada mais e nada menos do que uma mulher.

Já têm planos para o dia de Natal? Eu já.

quarta-feira, maio 06, 2009

E mais uma...

Estacão de comboios de Antuérpia Central. 23 de Marco, 2009. 8 horas.



Mensagem final: VTM, quarta feira, procuramos Maria.

terça-feira, maio 05, 2009

Na na na...

Continuando na temática da publicidade, se gostaram deste post não foram os únicos. De tal maneira que passou a ser conhecido como a dança da T-Mobile, e originou dezenas de copiancos em diversos locais.

Mas a T-Mobile decidiu aproveitar esta fama e convidou o público a aparecer em Trafalgar Square, no dia 30 de Abril, às 18h e a participar num novo evento.

O que aconteceu a seguir foi isto...

sexta-feira, abril 24, 2009

Criatividade

Sempre gostei de publicidade, da capacidade de criar algo artistico, interessante, diferente, que criasse empatia com o espectador e que lhe transmitisse uma mensagem. Tudo em 30 segundos.

E às vezes as publicidades mais criativas revelam o produto mais corriqueiro, mas acabam por criar um elo entre o público e a marca, mesmo que não com o produto especificamente. E em raras ocasiões até vão mais longe.

Foi o que aconteceu com o seguinte anúncio realizado por Zé Pedro, com música de Brandi Carlile. A música fez sensação, a cantora ficou famosa e o anúncio tem honras de arte.



E no final quando se percebe o que o anúncio quer vender, é um pouco desapontante, mas não deixa de ser brilhante.

segunda-feira, abril 20, 2009

Cínica não mais

Já tinha ouvida falar deste video e já o tinha visto em alguns blogs, mas só de ver a cara da senhora, eu pensei (tal como toda a gente provavelmente) que ela ia cantar muito mal que toda a gente estava a publicar o video porque ela era muito má. E isso é o procedimento habitual e toda a gente se ri.

Mas eu não gosto nada de ver essas partes dos programas de talentos em que eles mostram os piores candidatos e portanto nunca tinha visto o vídeo.

Ontem carreguei no Play finalmente e, tal como ao juri do programa Britain's Got Talent, ela deixou-me de boca aberta com uma voz espectacular, a cantar uma música extraordinariamente díficil, do musical Os Miseráveis.

E no final, quando o público está de pé em euforia e ela canta "I had a dream my life would be, so different from this hell I'm living, so different now from what it seems, my life has killed the dream I dreamed." não consegui resistir a deixar cair uma lagrimazinha.

Obrigada Susan Boyle. De vez enquando precisamos de ser relembrados que no meio de tanto visual, televisão, gente fútil e bonita, marcas e publicidade, famosos e jet-setters, que existe talento real, mesmo que escondido numa senhora desempregada de 47 anos, duma aldeia da Escócia.

quarta-feira, abril 01, 2009

Domingo em Otegem

Há umas semanas atrás fui passar o domingo com um casal amigo belga. Depois perder o segundo comboio que tinha que apanhar, lá consegui chegar por volta do meio dia e meio à estacão onde o JP estava à espera.


Enquanto a M acabava o almoco, conversámos um bocado, e depois de um almoco bem saboroso, tratámos de negócios. Ou devo dizer lazer, uma vez que eu tinha ido para discutirmos a ida deles a Portugal em Junho, para visitarmos o Porto. De volta de mapas e calendários, mais os sites das companhias de aviacão, lá chegámos a um acordo, e eles compraram os bilhetes.


A seguir foi tempo de ir passear por fora, brincar com o Duga (o labrador castanho), ir ver os cavalos em accão, mais os cisnes, patos e galinhas. E até por à prova a resistência de um ovo: JP atirou-o para o meio do pasto, uns bons metros, e o ovo intacto, como ele provou quando o foi buscar. Mas como ele próprio confessou, a coisa nem sempre resulta tão impressionante. Às vezes faz-se mesmo omelete. :)


De seguida metemo-nos no jipe e lá fomos para Kwarmont, dar um passeio pelo campo, com o Duga a correr feito maluco atrás de nós.


Mas antes, confessei durante o almoco, que o que eles tanto comem, o witloof, ou chicória, eu nunca tinha visto na minha vida antes de vir para a Bélgica, que não era grande apreciadora, e que não fazia a mínima de onde o legume vinha (crescia nas àrvores, ou vinha do chão?).


Depois de se rirem com os meus comentários o JP prontificou-se para me levar à quinta do lado para ver de onde vinha a chicória. Lá seguimos para a quinta, onde os miúdos da casa estavam sozinhos a brincar cá fora. O JP imediatamente lhes disse que tinha uma Portuguesa que não sabia de onde vinha o witloof, ao que um dos miúdos imediatamente respondeu que não sabia falar português. Eu ri-me com a precocupacão dele e disse-lhe (em holandês) que também não sabia falar holandês, portanto estavamos quites.


Lá fomos para um dos barracões, onde a chicória cresce em contentores com água, no escuro. Em seguinda mostraram-me a máquina que corta a raiz, e como se pêla as folhas de fora à mão, para finalmente pôr em caixas e seguir para vender.


No final do dia foram-me levar novamente à estacão e segui para Leuven.


Um dia engracado e produtivo.

quinta-feira, março 26, 2009

Manifestacão

Hoje vai haver uma grande manifestacão nacional do partido de extrema direita belga, aqui em Leuven.

E tradicionalmente, o pessoal da extrema esquerda junta-se para fazer oposicão. E como imaginam, duas extremas juntas dão bronca mais frequentemente do que não.

A polícia vai retirar todos os carros e bicicletas das ruas e os autocarros deixam de circular apartir das 19h.

O meu senhorio mandou-me hoje um email com os detalhes, e a pedir que evitemos o centro da cidade e a estacão, particularmente se formos estrangeiros.

O que quer dizer que hoje vou para casa mais cedo...

quarta-feira, março 25, 2009

Descoberta

Recentemente re-descobri este jovem actor (já o tinha visto num Harry Potter) e depois de conhecer os seus últimos projectos tenho a sensação que temos um excelente actor a fazer-se. Afinal não são todos que vão do do papel de um vampiro soturno que se apaixona pela rapariga de quem deseja beber o sangue, em Twilight (à esquerda), para um carismático pintor espanhol que tem uma relação sexual com o poeta Garcia Lorca (Dali em Little Ashes, à direita).

E para além disso ainda lê Virgilio, compõe música, canta, toca guitarra e piano. Será bom demais para ser verdade? Verdade ou não, espero que continuem a haver actores corajosos, ambiciosos e talentosos como ele.

Bravo Robert Pattinson.












segunda-feira, março 23, 2009

Acidental

Não sei se é por andar a ler um livro onde a heroína é a perene desastrada, mas as minhas mãos andam feitas de manteiga. Felizmente os pés/pernas não foram atacados (ainda) porque ai a coisa tornava-se mais séria, principalmente tendo em conta as escadas que eu tenho em casa...

Já há uns dias que notava que não conseguia segurar nada à primeira no laboratório: eram eppendorfs a voar em todas as direccões, mais um suporte de lixo, mas nada de muito problemático.

Ontem o dia comecou em cheio. Não conseguia separar os dois pacotes de pão pelo picotado. Uma faca e um pouco de forca bruta foram o suficiente. Os pacotes soltaram-se, um saiu disparado das minhas mãos, foi contra a caneca, que caiu no fogão e em seguida no chão, estilhacando-se nuns quantos bocados. A minha caneca favorita! Era a maior que eu tinha. Bolas!

Mais tarde, num surto de limpeza agarrei no acucareiro sem o tapar, espalhando acucar pela bancada e chão, mas felizmente não o deixando cair. Safa.

Uns malabarismos mais tarde (várias embalagens de produtos de limpeza em várias partes da casa) consegui a proeza de, ao puxar uma cadeira, quase arrancar o computador de cima da mesa. Uma caneca é chato. O Pronto e o Cif apanham-se. O computador? Fui me sentar quietinha no sofá.

Razão

Às vezes ter razão tem um sabor amargo.

Ontem de manhã ao ouvir que Jade Goody tinha falecido enquanto dormia, não consegui parar de pensar na situacão de que já tinha falado anteriormente aqui.

Jade Goody era uma mulher de 27 anos, mais nova que eu, semi-celebridade no Reino Unido, que no Verão passado foi diagnosticada com cancro cervical. Após operacões e quimioterapia, após a queda de cabelo, foram descobertas metástases em quase todo o corpo. Há um mês atrás foi considerada um caso terminal e transportada para casa, onde faleceu no dia da mãe, deixando dois filhos bébés e um marido.

Para ela a vacina já seria tarde de qualquer maneira, mas tenho esperanca que para as jovens que foram vacinadas este ano em Portugal (e todo o mundo), mesmo contra a fúria de pais e de pseudo-intelectuais conservadores, o futuro tenha menos esta sombra.

quarta-feira, março 11, 2009

Brasiu, Brasiu...

Ah pois é. Não há nada como uma semanita no Brasil, de preferência quando lá é Verão e aqui é um deprimente Inverno.

Fui para Salvador da Bahia ter com o meu amigo e colega R, na companhia do K aqui do laboratório.

Gostei de quase tudo, mas principalmente da qualidade de vida. Belos bares, restaurantes, festas e praias. Excelente comida, dentro e fora de casa. Um céu azul, um sol radiante, e um mar morno.

E o pessoal? Engracado, caloroso e amigo, sempre a ritmo de samba.

Vou voltar.

sexta-feira, março 06, 2009

Encontrado

Infelizmente o desfecho desta história não é totalmente surpreendente.

Depois de ter desaparecido há dois meses, e depois dos esforcos incansáveis de amigos e desconhecidos, o Afonso Tiago foi encontrado hoje, pela polícia alemã, no fundo do rio Spree, rio que deveria ter atravessado na fatídica noite de 10 de Janeiro.

É uma notícia triste e só espero que se esclareca o que aconteceu, crime ou acidente.

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Paletes, paletes de queixas...

Esta última semana está a culminar brilhantemente no dia de hoje.

Depois de problemas com as células que estou a usar no laboratório, depois de fazer controlos e pedir células emprestadas, depois de concluir que algo se passa de errado fora do meu alcance, depois de fazer uma queixa à empresa que fornece as células, recebo uma resposta. Vou receber células novas, sem qualquer custo. Vitória, penso eu.

Ontem chegaram as novas células, livres de custo. E querem saber que mais? São do mesmo lote das células de que me queixei. Ponho-me a fazer um teste controlo rápido e hoje tenho um resultado negativo. Passei a manhã a ver vermelho. Finalmente tive uma discussão didáctica com os meus colegas (infelizmente podia ter sido mais didáctica se não tivesse sido em Flamengo) e ficou estabelecido que não sou a única a ter problemas e que se vai investigar o que se passa. Do lado positivo, provavelmente o problema não está nas células e consegui receber um pacote gratuito. Nada mal.

Entretanto, inspirada por um seminário a que fui assistir sobre Escrita Científica, encomendei um livro e alterei o meu artigo mais recente. Acho que ficou bem melhor, mais sucinto, mais objectivo e mais profissional. A minha chefe descobre que vou de férias e pressiona-me para acabar o artigo antes de ir, o que era exactamente o meu objectivo. Então mando-lhe o artigo, preparada para a qualquer hora do dia ou da noite receber o artigo de volta, fazer as alteracões necessárias e submetê-lo. Dois dias depois ainda estou à espera.

Amanhã de manhã vou para o Brazil de férias, mas tenho a impressão que antes, com milhentas coisas para fazer e muito stress, ainda vou ter de submeter o artigo.

É pá, só digo uma coisa: ainda bem que amanhã vou de férias, porque hoje o trabalho deprime-me...

sexta-feira, fevereiro 06, 2009

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Empréstimos

Desde que a crise comecou a sério, em meados do ano passado, que a única boa notícia foi mesmo a descida das taxas Euribor, que regulam as taxas dos empréstimos de quem comprou casa.

Nos dois anos anteriores, a cada seis meses, com a actualizacão das taxas, eu berrava e esbracejava, com cada subida. Desta vez, desde setembro que mal podia esperar pela actualizacão das taxas do meu empréstimo, e a Euribor a baixar...

Ontem foi finalmente actualizada, e até me passou um um arrepio bom na espinha: a taxa quase que desceu para metade e a mensalidade caiu mais de 100 euros. Espero que a coisa continue assim para ver se pago a casa o mais depressa possivel... Sim, porque uma amiga disse-me que o banco onde tenho o empréstimo está a pensar fechar os balcões que têm em Portugal.

E pronto, ao menos algumas boas notícias, no meio desta crise. Mas a palavra chave continua a ser: poupar, poupar, poupar.

quinta-feira, janeiro 29, 2009

Perseguicão

Ontem apanhei um bocadinho do princípio do Telejornal na RTP Internacional.

E vou lendo o Público todos os dias.

E pensei, ainda bem que não estou em Portugal, para não ter que apanhar com esta pequenez mental mais do que uns segundos e poder mudar de canal sem me preocupar em apanhar a mesma mesquinhez no canal seguinte.

O tema desta vez é o Freeport. Mas podia ser uma relacão amorosa homosexual. Ou um exame feito ao domingo. Ou uns projectos aprovados sem se saber bem como. Ou o negócio do filho do tio, do primo do cunhado...

Não sei, mas não me lembro de ver um ódio tão explicito a uma só pessoa, como nos dias de hoje. Não conheco o senhor, mas votei nele. Discordo de muitas das medidas dele, mas aplaudo outras. Mas acho que ele cometeu o erro que tentar tocar em alguns interesses e vai pagar por isso até ao fim, enterrado na lama até ao pescoco, mereca ou não.

Ele também me tocou nos meus interesses, mas seguimos em frente e lutamos com mais trabalho. E se calhar ainda voto nele nas próximas eleicões.

Mas era preciso mesmo esta vergonha diária nos jornais e televisões?

sexta-feira, janeiro 23, 2009

Ajuda!!


O Afonso Tiago, um português a fazer um estágio ao abrigo do Inov Contacto, desapareceu em Berlim no dia 10 deste mês.

Uma amiga criou um blog para ajudar nos esforços de encontrar o Afonso:

http://findafonsotiago.blogspot.com/

Vão ao site e passem a mensagem a toda a gente que conhecerem.

Obrigada!

segunda-feira, janeiro 19, 2009

domingo, janeiro 18, 2009

Boas novas, parte 2

Seis meses depois deste post, tenho todo o prazer de dizer que ambos os bébés já nasceram e ambos os pais estão satisfeitos e babados.

O casal meu amigo teve um menino, o João, no dia 13. É o primeiro filho, mas tem muitos primos ansiosos por brincar com ele. :)

O Gary Barlow e a mulher, tiveram uma menina, a Daisy, no dia seguinte, que se vem juntar ao Daniel e à Emily.

sexta-feira, janeiro 16, 2009

A semana passada

Vou continuar a contar as minhas aventuras na primeira semana na Bélgica.

Percebe-se logo que duas semanas em Portugal me fazem mal... :)

Depois da aventura de segunda-feira, o dia em que viajei para a Bélgica, tenho que dizer que na 3a feira de manhã estava de mau humor. Lá me enrolei na roupa/botas de neve e fui trabalhar. Primeiro detalhe: esqueci-me do passe de autocarro. Ir a pé estava fora de questão com a neve e o gelo (a não ser que me quisesse arriscar a ganhar um bate-cu) portanto lá paguei o bilhete, de dentes cerrados.

No final do dia regressei de autocarro (novo bilhete, dentes cerrados), mas por alguma razão o autocarro não fez o percurso habitual. Felizmente tenho boa orientacão e controlei o percurso, de modo a sair numa paragem que me ficasse conveniente. Dai foi andar 15 minutos pela neve até chegar a casa.

Quarta feira tudo parecia correr bem. Comprei uma pizza para o jantar e segui para casa. Chego à porta e não encontro as chaves. Imediatamente me dá um baque. Tinham ficado na fechadura da porta no trabalho. Volto a pé para o laboratório, porque a essa hora bem podia esperar pelo autocarro, recupero as chaves e caminho de volta para casa. Sempre segurando a minha pizza na mão. O que vale é que era congelada, e congelada se manteve com as temperaturas negativas que estavam.

No dia fartei-me de resmungar. No dia seguinte fartei-me de rir.

quarta-feira, janeiro 14, 2009

2a parte: uma aventura de táxi

A chegada a Leuven foi uma surpresa: a praca da estacão estava coberta por 10 cm de neve, e andar e puxar uma mala atrás era um exercício parecido a um equilibrista num arame.

O pior foi o que se seguiu: táxis àquela hora e com aquele tempo nem vé-los, e apesar de ter telefonado a uma companhia de táxis, este nunca se materializou.

Também à espera encontravam-se dois buraquinhos de cu, daqueles que rezam a Alá (porque também há os que rezam a Deus) que prontamente se meteram comigo, e recebendo um olhar tão gelado como os meus pés, se divertiram grandemente a gozar comigo quando conseguiram um táxi. E para provar que eram buraquinhos, quando o taxista voltou, não me quis levar. O que os buraquinhos lhe tinham dito não sei, mas obviamente o taxista também se queria juntar à irmandade.

Também tive os típicos flamengos, que simplesmente roubam o táxi, mas isso já não me surprendeu. Estou aqui há 2 anos: já conheco essa característica de gingeira...

Mais de 30 minutos depois, com os pés congelados, lá veio um táxi, que partilhei com uma Portuguesa que tinha vindo no mesmo võo que eu, e um flamengo que nos tinha pedido educadamente.

Quando cheguei a casa, mal disposta, cansada e congelada, tive de acartar a mala escada acima, batendo com as rodas da mala em cada degrau.

Passava da meia noite e meia.

1a parte: Uma aventura no aeroporto

Tenho recebido algumas queixas de que nunca mais escrevi nada no blog, e não por falta de conversa, mas confesso, por preguica.

Portanto decidi dividir as aventuras por temas, senão ficava um post muitíssimo confuso. Mas acreditem ou não, tudo aconteceu no mesmo dia...

Primeira segunda-feira do ano no aeroporto de Lisboa. Hora: 10h30m. Cenário: caos. Já não voava na Brussels há uns tempos e eles tinha mudado de balcão. Lá andei às voltinhas até encontrar as duas longas filas. Filas como eu nunca tinha visto. Imediatamente me pergunto como é que aquela gente vai caber toda no avião, mas rapidamente me apercebo que não vão caber, quando uma menina comeca a dirigir passageiros para o balcão da Brussels, para que lhes seja arranjada outra solucão. É por isso que eu faco o check-in no dia anterior...

O resto do trajecto até à porta de embarque passou-se com a normalidade habitual, e ai me sentei à espera. E à espera... E à espera. Quando estava na hora de partirmos e nem avião nem funcionários tinham aparecido, comecei-me a inquietar. Os ecrãs nada diziam, nem atrasado nem nada, coisa que por esta altura era mais que óbvio.

Telefono ao meu pai e peco-lhe que vá ao site do aeroporto de Bruxelas, e fico a saber que o tempo está péssimo e que o avião ainda não tinha partido. De Bruxelas. Ora, agora facam-lhe as contas: võo, 2h30m, mais desembarque e embarque, mais võo de volta a Bruxelas, 2h30m...

O almoco foi oferecido pela Brussels, visitei cada loja 3 vezes, sai do aeroporto e ainda fui ao trabalho da minha mãe, e voltei, li a Sábado de fio a pavio, e finalmente o avião chegou e no meio da maior confusão lá se embarcou.

Deram-nos uma refeicão a bordo, e a tripulacão parecia tão chateada, aborrecida e cansada quanto nós.

A hora original era às 12:05. O avião descolou por volta das 18:00. Chegámos a Bruxelas com -8 graus, por volta das 22:30, e ainda tive que rezar que as malas saissem rápidamente para não perder o último comboio.

Às 23:35 cheguei a Leuven.