sexta-feira, abril 24, 2009

Criatividade

Sempre gostei de publicidade, da capacidade de criar algo artistico, interessante, diferente, que criasse empatia com o espectador e que lhe transmitisse uma mensagem. Tudo em 30 segundos.

E às vezes as publicidades mais criativas revelam o produto mais corriqueiro, mas acabam por criar um elo entre o público e a marca, mesmo que não com o produto especificamente. E em raras ocasiões até vão mais longe.

Foi o que aconteceu com o seguinte anúncio realizado por Zé Pedro, com música de Brandi Carlile. A música fez sensação, a cantora ficou famosa e o anúncio tem honras de arte.



E no final quando se percebe o que o anúncio quer vender, é um pouco desapontante, mas não deixa de ser brilhante.

segunda-feira, abril 20, 2009

Cínica não mais

Já tinha ouvida falar deste video e já o tinha visto em alguns blogs, mas só de ver a cara da senhora, eu pensei (tal como toda a gente provavelmente) que ela ia cantar muito mal que toda a gente estava a publicar o video porque ela era muito má. E isso é o procedimento habitual e toda a gente se ri.

Mas eu não gosto nada de ver essas partes dos programas de talentos em que eles mostram os piores candidatos e portanto nunca tinha visto o vídeo.

Ontem carreguei no Play finalmente e, tal como ao juri do programa Britain's Got Talent, ela deixou-me de boca aberta com uma voz espectacular, a cantar uma música extraordinariamente díficil, do musical Os Miseráveis.

E no final, quando o público está de pé em euforia e ela canta "I had a dream my life would be, so different from this hell I'm living, so different now from what it seems, my life has killed the dream I dreamed." não consegui resistir a deixar cair uma lagrimazinha.

Obrigada Susan Boyle. De vez enquando precisamos de ser relembrados que no meio de tanto visual, televisão, gente fútil e bonita, marcas e publicidade, famosos e jet-setters, que existe talento real, mesmo que escondido numa senhora desempregada de 47 anos, duma aldeia da Escócia.

quarta-feira, abril 01, 2009

Domingo em Otegem

Há umas semanas atrás fui passar o domingo com um casal amigo belga. Depois perder o segundo comboio que tinha que apanhar, lá consegui chegar por volta do meio dia e meio à estacão onde o JP estava à espera.


Enquanto a M acabava o almoco, conversámos um bocado, e depois de um almoco bem saboroso, tratámos de negócios. Ou devo dizer lazer, uma vez que eu tinha ido para discutirmos a ida deles a Portugal em Junho, para visitarmos o Porto. De volta de mapas e calendários, mais os sites das companhias de aviacão, lá chegámos a um acordo, e eles compraram os bilhetes.


A seguir foi tempo de ir passear por fora, brincar com o Duga (o labrador castanho), ir ver os cavalos em accão, mais os cisnes, patos e galinhas. E até por à prova a resistência de um ovo: JP atirou-o para o meio do pasto, uns bons metros, e o ovo intacto, como ele provou quando o foi buscar. Mas como ele próprio confessou, a coisa nem sempre resulta tão impressionante. Às vezes faz-se mesmo omelete. :)


De seguida metemo-nos no jipe e lá fomos para Kwarmont, dar um passeio pelo campo, com o Duga a correr feito maluco atrás de nós.


Mas antes, confessei durante o almoco, que o que eles tanto comem, o witloof, ou chicória, eu nunca tinha visto na minha vida antes de vir para a Bélgica, que não era grande apreciadora, e que não fazia a mínima de onde o legume vinha (crescia nas àrvores, ou vinha do chão?).


Depois de se rirem com os meus comentários o JP prontificou-se para me levar à quinta do lado para ver de onde vinha a chicória. Lá seguimos para a quinta, onde os miúdos da casa estavam sozinhos a brincar cá fora. O JP imediatamente lhes disse que tinha uma Portuguesa que não sabia de onde vinha o witloof, ao que um dos miúdos imediatamente respondeu que não sabia falar português. Eu ri-me com a precocupacão dele e disse-lhe (em holandês) que também não sabia falar holandês, portanto estavamos quites.


Lá fomos para um dos barracões, onde a chicória cresce em contentores com água, no escuro. Em seguinda mostraram-me a máquina que corta a raiz, e como se pêla as folhas de fora à mão, para finalmente pôr em caixas e seguir para vender.


No final do dia foram-me levar novamente à estacão e segui para Leuven.


Um dia engracado e produtivo.