segunda-feira, outubro 27, 2008

Irresponsabilidade...

Hoje vi uma coisa que me incomodou bastante.

Na paragem de autocarro onde eu espero, estava uma senhora com a filha de 3 ou 4 anos. Entrámos no autocarro, eu sentei-me e fiquei a observar enquanto a senhora se manteve de pé, segurando-se com uma mão e agarrando uma mochila com a outra. A filha? Solta e por sua conta, tentando manter-se em pé com o movimento do autocarro, chegando a ir de joelhos ao chão.

Sairam 2 paragens depois, o suficiente para me deixar a esfumar no meu lugar. EU teria posto a mochila às costas e agarrado na miúda com uma mão. Ou até me tinha sentado, que havia muitos lugares.

Achei completamente incompreensivel e horroroso tal descuido. Mas se calhar devia explicar-me melhor.

No fim de semana passado, depois das compras, apanhei o autocarro para casa. Não havia lugares, portanto fui para a parte de trás do autocarro. De repente alguém me fez um sinal. Um rapaz anafado tinha um lugar vago ao lado. Sentei-me e agradeci-lhe.

20 metros à frente, para evitar bater num carro que se atravessou na rua, o autocarro teve de fazer uma travagem brusca, que mandou todos os passageiros que estavam em pé ao chão, uns por cima dos outros.

O autocarro acabou por ficar logo ali, quem podia seguiu a pé e um senhor ficou a ser observado por uma médica.

Se eu não estivesse sentada teria certamente caído por cima daquela gente toda.

Agora imaginem o que teria acontecido se esta manhã o autocarro também tivesse de fazer uma travagem súbita?

terça-feira, outubro 21, 2008

Curtas

Cabecalho no Público:

"McCain acusa Obama de querer distribuir riqueza."

Olha que sacana! Querer tirar um bocado aos ricos e dar aos pobres! Este tipo deve ser lunático. Não votem nele!

quarta-feira, outubro 15, 2008

Ghost Town

Quero ir ver este filme.

Pérola do trailer:
"Did anything unusual happen during my procedure?"
"Ah, you died."
"I died?"
"A little bit."
"For how long?"
"Seven minutes."
"A bit less."
"I died for seven minutes?"
"A bit less."
"Everybody dies..."
"Yes, but usually at the end of their lives. And just the once."

sexta-feira, outubro 10, 2008

Vacinar ou não vacinar, eis a questão…

No outro dia estava a almocar com o meu chefe, e um conhecido dele estava na mesa ao lado com a filha adolescente. A meio da refeicão pediu desculpa por interromper, e pediu a opinião do meu chefe, em relacão à vacina contra o HPV, que ajuda a prevenir o cancro do colo do útero.

O meu chefe explicou-lhe, que apesar de haver uma certa controvérsia na classe médica, que ele pessoalmente defendia o uso da vacina. Eu acenei com a cabeca, concordando totalmente, quando o senhor se vira para mim.

“Também é médica?”
“Não, sou farmacêutica.”
“Ah, mas então tem interesse.” É a reaccão imediata.

Juro que ao princípio não percebi a implicacão, mas o meu chefe rapidamente clarificou que eu não pertencia a um laboratório.

Foi ai que me caiu a moeda.

Portanto, como eu faco parte da classe farmacêutica, só defendo o uso de um medicamento, porque isso me interessa financeiramente?

Enquanto eu o fitava furiosa, o senhor lá explicou ao meu chefe, em sotto voce, como se a filha não estivesse ali mesmo ao lado, que a vacina era muito cara, que tinha duas filhas, e que se pudesse adiá-la/evitá-la…

No final, percebi que os papeis estavam invertidos e ninguém o sabia senão eu: eu, farmacêutica sedenta de dinheiro tinha levado as 3 doses da vacina, pagas e dadas pela minha mãe, outra farmacêutica, e o respeitado pai de família, estava mais preocupado com o preco da vacina do que em proteger as filhas de um cancro.

Há muitos anos atrás quando apareceu a vacina da Hepatite B, a minha mãe levou-me a mim e à minha irmã ao médico, para ele a prescrever. O médico sorriu e disse não haver necessidade, por não sermos um grupo de risco. Acho que ele estava à espera que nos tornássemos toxicodependentes, e então ai dava a vacina…

A minha mãe comprou a vacina, deu-nos as 3 doses, e mandou-nos testar aos anticorpos. Só anos mais tarde é que passou a fazer parte do plano de vacinacão nacional, mas para muita gente se calhar já foi tarde.

Eu não percebo porque é que as pessoas preferem arriscar a vida, só para poupar uns trocos...

segunda-feira, outubro 06, 2008

Surpresas

Preparava-me eu para um calmo fim de semana em casa, de preferência com muitos mimos e atencões dadas a mim mesma, pela mãe, pai, irmã e cadela, quando a minha mãe recebe um telefonema.

Do irmão.

Que foi para a Venezuela há mais de 40 anos, e com o qual não tem contacto há quase 30.

Estava em Portugal com a mulher e andava há nossa procura (ainda tinha a morada antiga).

Portanto acabou por ser um fim de semana de re-encontro, com passagem pelos albuns de fotos. E que surpresas! A minha mãe era tão magra e esbelta e o meu pai um jeitosão. :) Eu e a minha irmã ainda tentámos ver se enganavamos a minha mãe com fotos de nós em bébé, mas ela não caiu em nenhuma. Como eu disse à minha irmã: mas tu queres enganar quem te deu há luz?

Vão cá ficar um mês, para visitar o país, mas as histórias de violência e de política que eles trazem da Venezuela, arrepiam qualquer um. E fazem-nos dar gracas pelo que temos. Aqui na Europa, e em Portugal.

Agora, quanto ao Chavez, senhor primeiro: amigos, amigos, negócios à parte! (Tenho a certeza que enquanto abraca calorosamente o Chavez, o Socrates pensa "que tipinho tão horroroso, mas vamos aqui fingirmo-nos de amigos...")