terça-feira, julho 15, 2008

Bater sem saber

Um post da Lusitana Paixão e varios posts do Blennius, relembraram-me dessa empresa portuguesa que é o alvo de tanta intolerância fácil dos portugueses: a TAP.

Eu própria gozava com a TAP. Porquê? Um avião deles a sair a horas era um milagre, só igualado por encontrar uma hospedeira simpática e afável. Durante muito tempo a loja online foi uma vergonha, que raramente funcionava, e durante mais de um ano não me contaram milhas porque viajava na classe económica.

O meu pai (que trabalha na manutenção TAP há mais de 25 anos) ia ouvindo as minhas queixas e ia-me pondo a par das novidades: que tinham contratado mais gente para melhorar o site, que havia mais tripulação jovem, etc.

E a verdade é essa: o site está impecável, já me contam milhas, mesmo em económica, e vê-se cada hospedeiro mais engraçado (mesmo que às vezes os ouça fazer comentários pouco profissionais). Os atrasos também melhoraram bastante.

No entanto estou constantemente a ouvir alfinetadas, muitas vezes ignorantes. Como aquela senhora deputada europeia que contava indignada que um vôo anterior tinha ido a Faro deixar meia dúzia de passageiros, antes de seguir para Bruxelas, no que devia ser um vôo directo.

Aqui tenho a dizer duas coisas: durante a greve dos camionistas o aeroporto de Lisboa deixou de abastecer aviões, e estes tinham de para no Porto ou em Faro para meter combustível (com enormes custos para a TAP). Não será isso que aconteceu? Em segundo, o comandante devia ter avisado os passageiros das razões do desvio. Dito isto, tenho no entanto que suspeitar que o comandante o tenha de facto dito, mas que a excelentissima passageira se encontrava ocupada a conversar ou a rever importante legislação.

Outra recente que li no Público foi uma notícia cujo titulo era do género "TAP poupa à custa do conforto dos passageiros". O artigo era sobre o facto da TAP raramente usar as mangas do aeroporto, obrigando os passageiros a ir de autocarro, enquanto que as low-costs as usam.

Como passageira frequente, tenho a dizer que é realmente um incómodo o transporte de autocarro. No entanto, compreendo que as mangas custam dinheiro, e prefiro ir de autocarro a ter de pagar mais 20 ou 30 euros por bilhete. Não sei o que o senhor jornalista preferiria. Ao comentar isto com o meu pai fui informada de mais uns pormenores: muitos dos aviões da TAP não podem ir para as mangas, pois estas não estão adaptadas para os aviões maiores e mais recentes; e que o aeroporto faz condições mais favoráveis às low cost do que à TAP.

Ora, muita gente poderá agora dizer que não sabia isto tudo. Mas eu digo que é preciso tolerância e compreensão, e vão ver que há sempre razões por detrás, sem ser porque "apeteceu ao comandante dar uma voltinha a Faro" ou porque "a companhia gosta de lixar os passageiros".

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